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Até onde vai a nossa liberdade diante dos fatos impostos pela vida? Destino ou livre arbítrio? A astrologia é um oráculo ou uma ferramenta de autoconhecimento? Temos escolhas diante das conjunturas da vida ou estamos apenas vivendo situações predestinadas por uma força maior? A polêmica sobre destino e livre arbítrio é inerente ao estudo astrológico e costuma ser um dos primeiros questionamentos do estudante de astrologia.

É possível exercer o nosso livre arbítrio dentro de um destino pré-estabelecido? Destino existe? Até onde vai a minha liberdade?

São essas as perguntas que vamos responder neste texto para você saber exatamente como a astrologia pode te ajudar a administrar melhor a sua vida, escolhendo melhores caminhos, celebrando conquistas e acolhendo os desafios.

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Um pouco de história para entender melhor

Para responder a essas perguntas, precisamos voltar lá atrás na história, buscando as origens do saber astrológico, que datam de – pelo menos – cinco mil anos antes da Era Comum, na região do Crescente Fértil, na Mesopotâmia, atual região do Iraque. Alguns dos importantes povos que viveram nessa região, e contribuíram imensamente para o saber astrológico, foram:

  • Sumérios
  • Caldeus
  • Assírios
  • Babilônios

Nessa época, a astrologia era feita para sacerdotes e soberanos. Não existia a ideia do “eu”, por isso era voltada para as figuras de autoridade que representavam o povo e que tinham o poder de decisão. A astrologia era puramente oracular e o principal objetivo era a previsão do futuro e a definição do destino do povo.

Mais tarde, a astrologia se desenvolve na Grécia, no período helenístico, quando surge – oficialmente – a astrologia horoscópica, ou seja, a astrologia de natividades.

Horóscopo significa observar a hora, e o termo surge a partir do desenvolvimento do cálculo ascendente, que é, em suma, o ponto mais pessoal do mapa astral.

Destino ou livre arbítrio

A invenção grega da autonomia

É a partir da invenção da ideia de autonomia e livre arbítrio, que os gregos trazem o pensamento de uma individualidade que, por sua vez, estimula o sujeito a procurar em si mesmo o sentido da sua existência.

É daí que então, os gregos como exímios estudantes de diferentes saberes, aperfeiçoam cada vez mais os cálculos matemáticos e chegamos, finalmente, ao mapa astral de nascimento, mais parecido com a astrologia que praticamos hoje.

Dessa época até a chegada do cristianismo, acreditava-se, sim, que o homem tinha um destino pré-estabelecido. Se um determinado evento ou condição estivesse marcado no seu mapa de nascimento, não haveria como se desprender das artimanhas do destino. Por exemplo, o nativo poderia estar fadado a ser rico, mesmo nascendo pobre, ou miserável, mesmo nascendo rico.

A chegada do cristianismo

Com a chegada do cristianismo, a ideia de livre arbítrio passa a ser a base do pensamento cristão da igreja católica. Serão as escolhas que o indivíduo faz ao longo da vida, que garantirá seu destino final, ou seja, o paraíso ou o inferno.

Os astrólogos então, adotam a ideia de que “os astros inclinam mas não determinam”. O sujeito, por sua vez, com o reconhecimento de suas potências, de seus desafios e conflitos, e de sua implicação dentro de uma vida coletiva, passa a exercer o seu livre arbítrio.

A astrologia como ferramenta de autoconhecimento

Primeiramente, é preciso afirmar que sim: a astrologia é uma ferramenta muito poderosa de autoconhecimento. Quando entendemos que, como disse Paracelso, “não é o Saturno fora de ti, mas o Saturno dentro de ti que te atormenta”, entendemos que a compreensão dos símbolos astrológicos é a compreensão de si mesmo.

Por isso, entender o que determinada posição do mapa astral representa nas nossas vidas práticas, é compreender nossos desafios, talentos, fraquezas, facilidades, etc.

Olhar para o próprio mapa astral é olhar para dentro e se responsabilizar sobre como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.

O mapa astral como um roteiro

Assim, a astrologia passa a ser entendida como um estudo e uma ferramenta, que usa a ideia de destino como um caminho natural da vida, associado à ideia de escolhas.

Encontramos então, no mapa natal, uma espécie de roteiro a ser desenvolvido, escrito e filmado ao longo de toda uma vida, e caberá ao indivíduo escolher os melhores caminhos para a realização da sua jornada pessoal.

Serão as escolhas sobre como usar as nossas potências e caminhar pela vida, nos aproximando da realização do nosso destino pessoal, que fará toda a diferença nessa experiência única e intransferível.

Duas pessoas podem ter exatamente o mesmo mapa, com as mesmas tendências, que serão vividas de formas distintas segundo às escolhas de cada uma delas, e aqui mora a magia e a importância do livre arbítrio para a astrologia.

Podemos ter, por exemplo, duas pessoas com o mesmo mapa que estão passando por um período de grande criatividade e fertilidade. A primeira decide ter um filho e a segunda escrever uma obra. Ambas estão criando algo autoral e deixando o seu legado no mundo, cada uma a sua maneira. Assim é a astrologia: um símbolo, diversos significados.

As técnicas que tratam sobre o destino

As técnicas astrológicas como Progressões e Direções vão nos dizer, mais claramente, qual é o fluxo natural do seu destino naquele momento.

Se compararmos a vida à um rio, as progressões e direções poderão nos dizer se estamos passando por uma parte mais calma ou turbulenta do nosso rio particular. Assim, podemos inclusive compreender o quanto vale a pena “remar contra a maré”, ou o que podemos ganhar se nos entregarmos ao fluxo natural, mesmo sabendo que será desafiador.

Já a análise dos trânsitos astrológicos poderá nos dizer sobre como iremos atravessar esse rio, seja ele mais calmo ou agitado. Em determinados momentos, pode ser que você esteja passando por um trecho turbulento mas com todos os instrumentos necessários para atravessá-lo sem maiores riscos ou danos pessoais.

Por outro lado, pode ser que em um outro trecho muito calmo do seu rio, você relaxe tanto, que deixe de notar certas belezas – e oportunidades – no caminho. Nesse caso, a astrologia poderá te alertar: aproveite! O vento está a seu favor.

Nosso lugar como parte de um universo vivo

O fato é que, dentro dos ingredientes que temos à nossa disposição, o ideal é buscar fazer as melhores escolhas. E, é sempre bom lembrar que, a boa escolha é aquela que vai levar em consideração o fluxo natural do destino.

Tomar uma decisão em consonância com o todo é afirmar o seu destino e ocupar o seu lugar no cosmos. É isso que a astrologia nos mostra. Cada um tem um caminho potente e exercê-lo é a melhor forma de se integrar ao fluxo da natureza.

Por isso, não há destino sem livre arbítrio e vice-versa. É preciso estar consciente para dirigir nossa própria vida, e atentos ao que a vida nos oferece, abraçando suas imprevisibilidades.

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Assista ao vídeo: Destino ou Livre Arbítrio?

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