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Tarot Espanhol
Tarot espanhol

Um sistema, muitas faces: o universo simbólico do Tarot

Baralhos de Tarot podem ter variações significativas em suas imagens, estilos artísticos, escolas simbólicas e formas de leitura, embora todos compartilhem a estrutura básica de 78 cartas, compostas por 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores. E essas diferenças não são apenas estéticas, moldam a experiência de quem lê e de quem recebe a leitura.

Assim, conhecer os diferentes tipos de Tarot é um passo importante para aprofundar o estudo e escolher o baralho que mais ressoa com você e com sua prática de consulta. Cada Tarot carrega uma linguagem simbólica, uma proposta de leitura e uma história própria. A seguir, mergulhamos em alguns dos principais tipos de tarot utilizados atualmente.

Tarot de Marselha: a base clássica do Ocidente

O Tarot de Marselha é um dos baralhos mais antigos e influentes da tradição ocidental. Originado na França, especialmente entre os séculos XVII e XVIII, ele é conhecido por suas figuras de traços simples, cores primárias e estilo medieval. Os Arcanos Maiores têm imagens simbólicas com forte apelo alegórico, enquanto os Menores são mais sutis — muitas vezes compostos apenas por repetições numéricas dos naipes (Paus, Espadas, Copas e Ouros).

Essa simplicidade gráfica não diminui sua força: o Tarot de Marselha é considerado um dos mais poderosos para meditação e estudo intuitivo. Diversas escolas contemporâneas, como a de Alejandro Jodorowsky e Philippe Camoin, fizeram restaurações profundas da simbologia do baralho, recuperando detalhes esquecidos ao longo do tempo.

Principais variações do Tarot de Marselha:

  • Tarot de Nicolas Conver (1760): um dos mais tradicionais.
  • Tarot Camoin-Jodorowsky: restauração moderna com foco esotérico.
  • Tarot de Jean Dodal e Tarot de Jean Noblet: versões históricas anteriores, com grande valor simbólico e filosófico.

Rider-Waite-Smith: uma base moderna

Publicado em 1909 por Arthur Edward Waite e ilustrado por Pamela Colman Smith, o Rider-Waite-Smith (RWS) revolucionou a leitura do Tarot. Arcanos Menores receberam imagens simbólicas completas, o que indicou um caminho mais específico para sua leitura e narrativa.

O baralho foi desenvolvido com inspiração cabalística, astrológica e toda a tradição mística ocidental. É um dos baralhos mais populares do mundo atualmente e base para muitas de versões modernas. A riqueza simbólica do RWS permite abordagens psicológicas profundas, sendo amplamente utilizado por iniciantes e profissionais.

Baralhos derivados ou inspirados no Rider-Waite

O sistema Rider-Waite-Smith serviu de base para uma enorme diversidade de releituras temáticas. Muitos baralhos mantêm a estrutura simbólica original, mas a adaptam para novos contextos e universos visuais. Entre eles, por exemplo, os baralhos inspirados nas simbologias das bruxas, no simbolismo celta, nos gatos, nas fadas, nos anjos, cristais, animais e em tantos outros temas, antigos ou contemporâneos.

Os baralhos inspirados no universo das bruxas geralmente incorporam elementos da Wicca, símbolos da natureza, das estações e dos elementos (terra, água, fogo e ar), além de arquétipos ligados ao sagrado feminino. Essas versões favorecem uma abordagem mais intuitiva e também favorecem novas interpretações.

Baralhos de inspiração celta e feérica costumam trazer símbolos da mitologia europeia antiga, como deuses, criaturas mágicas e histórias lendárias. São ideais para quem busca uma leitura com ênfase no imaginário mitológico, por exemplo.

Tantas variações mostram como o sistema Rider-Waite-Smith pode ser moldado para diferentes linguagens e intenções, sem perder sua estrutura original, ainda que com variações nas cores e em outros elementos. Isso o torna uma escolha versátil, que atende desde quem busca estudos mais profundos até leituras mais abertas e livres.

Tarôs inspirados no sistema Rider-Waite-Smith

Tarot de Thoth de Crowley

Desenvolvido por Aleister Crowley e ilustrado por Frieda Harris na década de 1940, o Tarot de Thoth buscar ser uma obra de referência para o simbolismo esotérico. Sua linguagem é complexa, repleta de referências à cabala, à astrologia e à mitologia egípcia.

Diferente dos baralhos anteriores, o Thoth apresenta novos nomes para alguns arcanos. Seus Arcanos Menores também são ricamente ilustrados, e cada carta contém uma carga simbólica potente. O Thoth é indicado para estudiosos experientes e pesquisadores.

Tarots artísticos: a beleza como portal

Muitos baralhos de tarot se destacam não apenas pelo conteúdo simbólico, mas por sua excelência artística. São verdadeiras obras de arte que encantam e convidam à contemplação. Esses baralhos aprofundam a experiência estética da leitura e ampliam a relação simbólica entre leitor e carta.

Exemplos notáveis:

  • Tarot Visconti-Sforza (século XV): um dos mais antigos do mundo, com cartas pintadas à mão para a nobreza italiana.
  • Tarot de Mitelli (1665): com influências do período barroco.
  • Tarôs contemporâneos de artistas gráficos, como o Tarot of the Divine (inspirado em mitologias globais).

Baralhos que não são Tarô: Lenormand e outros sistemas

Apesar de visualmente semelhantes, nem todo baralho com imagens simbólicas é um Tarot. É importante destacar essa distinção para evitar confusões. Um exemplo muito popular é o Baralho Lenormand (também conhecido no Brasil como Baralho Cigano).

O Lenormand tem 36 cartas com imagens do cotidiano — como livro, anel, criança, torre — e possui um sistema próprio de leitura, que prioriza a combinação entre cartas e não segue a estrutura de Arcanos Maiores e Menores. Ele é muito utilizado em leituras objetivas, preditivas e para questões práticas.

Outros sistemas de cartomancia diferentes do Tarot:

  • Baralho comum (com 52 cartas): usado em cartomancia clássica.
  • Sibillas: baralhos com frases e/ou cenas do cotidiano.
  • Oráculos diversos: com estruturas livres e temáticas específicas.

Embora esses sistemas também sirvam ao autoconhecimento, seu funcionamento simbólico é distinto do Tarot e deve ser abordado com métodos próprios.

Como escolher o seu Tarot?

A escolha do baralho ideal é uma experiência pessoal. Mas alguns critérios podem ajudar:

  • Identificação com as imagens e estilo artístico.
  • Clareza simbólica: cartas muito abstratas podem ser difíceis para iniciantes.
  • Intuição: muitas vezes, o baralho certo “chama” você.
  • Finalidade: leituras espirituais, psicológicas, terapêuticas ou divinatórias?
  • Não há certo ou errado: há o que funciona para você.

O Tarô como linguagem e tradição viva

A variedade de baralhos mostra que o Tarot é uma linguagem simbólica viva, que se reinventa conforme o tempo, as culturas e as necessidades de quem o busca. Escolher um baralho é escolher um idioma para conversar com o invisível/inconsciente.

Seja você iniciante ou experiente, experimentar, pesquisar e analisar diferentes tipos de Tarot é uma forma de ampliar sua visão de mundo, sua escuta simbólica e sua sensibilidade intuitiva. Cada baralho tem algo a revelar, sobre o mundo e sobre você.

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