O tarot é uma das ferramentas simbólicas mais antigas e, ao mesmo tempo, mais cercadas de mitos. Ao longo dos séculos, seu uso foi envolvido por crenças, medos e interpretações distorcidas que acabaram afastando muitas pessoas dessa linguagem tão rica e acessível.
Neste artigo, vamos falar sobre algumas das principais mentiras sobre o tarot que circulam no imaginário popular. Ao desmistificar essas ideias, abrimos espaço para uma relação mais consciente, ética e livre com o tarot, entendendo-o como ele realmente é: uma ferramenta simbólica, histórica e profundamente humana.

Por que existem tantas mentiras sobre o tarot?
Grande parte das mentiras sobre o tarot nasce do desconhecimento. Por não seguir uma lógica científica tradicional, mensurável ou cartesiana, o tarot acaba sendo interpretado a partir de suposições, fantasias e generalizações. Isso faz com que as pessoas o associem, muitas vezes, a ideias que não correspondem ao seu uso real. Assim, quando não se conhece a estrutura, a história e as possibilidades da ferramenta, o imaginário coletivo tende a preencher essas lacunas com medo ou mistificação excessiva.
O tarot além do estereótipo místico
Outro fator importante é o estereótipo da cartomante ou do tarólogo como alguém misterioso, dotado de poderes especiais ou ligado a práticas ocultas. Essa imagem reforça falsas crenças e impede que o tarot seja visto como aquilo que ele também é: um sistema simbólico organizado, estudável e acessível. Em suma, desfazer essas narrativas é fundamental para compreender o tarot em sua complexidade e potência.
Mentira 1: o tarot tem relação obrigatória com religião ou espiritualidade
Uma das mentiras sobre o tarot mais difundidas é a ideia de que ele está necessariamente ligado a religiões, práticas espirituais ou mágicas. Na realidade, o tarot não pertence a nenhum sistema religioso específico e não depende de crenças espirituais para ser utilizado. Embora existam religiões e práticas espirituais que incorporam o tarot , isso não significa que ele só possa ser usado nesses contextos. DEsse modo, o tarot é uma ferramenta independente.
Uma ferramenta que aproxima
O tarot não afasta ninguém da própria fé. Ao contrário, ele pode ser utilizado como um instrumento de reflexão pessoal, ajudando a pessoa a se aproximar de si mesma, de seus valores e de seus processos internos. Essa compreensão é essencial para quebrar um dos principais bloqueios de acesso ao tarot.
Mentira 2: só quem tem “dom” pode jogar tarot
Outra crença muito comum é a de que apenas pessoas “escolhidas” ou espiritualmente especiais podem jogar tarot. Essa é uma das mentiras sobre o tarot que mais afastam iniciantes. O tarot é, antes de tudo, uma linguagem simbólica. E toda linguagem está disponível para conhecimento. Assim como se aprende um idioma, aprende-se o significado das cartas, suas relações, tiragens e formas de interpretação.
Intuição não é privilégio de poucos
A intuição, muitas vezes associada a um “dom”, é uma capacidade humana natural. Todos nós a possuímos. O tarot, inclusive, ajuda a desenvolver essa escuta interna, tornando a intuição mais consciente e refinada. Assim, o que faz diferença não é um dom especial, mas estudo, ética, atenção e prática.
Mentira 3: o tarot precisa ser um presente, não uma compra
Existe a crença de que um baralho de tarot só funciona se for um presente. Essa é mais uma das mentiras sobre o tarot sem fundamento histórico ou simbólico. Comprar o próprio tarot não o torna menos potente ou menos eficaz. Em suma, o vínculo com o baralho se constrói no uso, no estudo e na relação que se estabelece com ele, não na forma de adquirir.
Relação simbólica se constrói com o tempo
Ganhar um tarot pode ser um gesto bonito, mas não é uma regra. Desse modo, o que realmente importa é a dedicação em conhecer o baralho, respeitar seus símbolos e utilizá-lo de forma consciente.
Mentira 4: o tarot serve apenas para prever o futuro
Entre as mentiras sobre o tarot, essa talvez seja a mais popular. O tarot pode, sim, acessar possibilidades de futuro, mas não trabalha com destinos fixos ou acontecimentos imutáveis. Ele aponta tendências, cenários e caminhos possíveis. A leitura sempre dialoga com o livre-arbítrio e com as escolhas de quem consulta.
Uma ferramenta ampla
Além da previsão, o tarot se coloca como instrumento de aconselhamento, reflexão, meditação, estudo simbólico e autoconhecimento. Assim, limitar o tarot apenas à previsão empobrece sua função e reforça o medo em torno das leituras.
Mentira 5: o tarot veio do Egito
A ideia de que o tarot tem origem egípcia é bastante comum, mas não possui comprovação histórica robusta. As cartas se deterioram com facilidade, o que dificulta rastrear origens muito antigas. O que se tem de mais consistente são registros do tarot na Europa, especialmente no Norte da Itália, por volta do século XV, onde ele surgiu como um jogo lúdico.
Do jogo à ferramenta simbólica
Um dos baralhos mais antigos conhecidos é o Tarô Visconti-Sforza, criado como lembrança de casamento entre famílias nobres. Com o tempo, o tarot deixou de ser apenas um jogo e passou a ocupar um espaço simbólico e oracular, mantendo-se vivo e atual até hoje.
Desmistificar o tarot é torná-lo acessível
Desfazer as principais mentiras sobre o tarot é permitir que essa ferramenta ocupe seu lugar legítimo: o de um sistema simbólico potente, histórico e profundamente conectado à experiência humana. Quando retiramos o tarot do campo do medo, da superstição e da inacessibilidade, abrimos espaço para um uso mais livre, consciente e transformador. Seja para orientação, reflexão ou autoconhecimento.
Assista também ao vídeo: Mentiras que te contaram sobre o Tarot