Você conhece o mito da constelação de Gêmeos? Essa narrativa foi eternizada no céu e inspira a energia desse signo. Mas, afinal de contas, que processo é esse de eternizar no céu um personagem mitológico em uma constelação?
A esse processo a gente chama de catasterismo, que é transformar em Aster, ou estrela, uma figura mitológica, que pode ser um ser divino, um grande herói, um simples mortal e até mesmo um objeto inanimado. Assim, essas figuras e imagens mitológicas ficam “gravadas” no céu.
Então, hoje vamos entender a narrativa mitológica que conta como os Gêmeos “ascenderam” aos céus.
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A narrativa de Gêmeos, os irmãos
A narrativa mitológica de como Gêmeos “ascendeu” aos céus começa com Leda, esposa de Tíndaro, rei da Lacedemônia. Leda teve que fugir das investidas amorosas de Zeus (Júpiter). A mitologia conta que Zeus teve muitos amores, muitos interesses amorosos. E, como um deus, ele tinha uma grande fertilidade e todos os seus encontros geravam filhos.
Com Leda, não foi diferente. Ela se transformou em gança para fugir das investidas de Zeus, mas ele se metamorfoseou em um cisne e conseguiu o encontro com Leda. Leda, que já estava grávida do seu marido Tíndaro, acabou engravidando de Zeus também.
Então, como uma gança, ela colocou dois ovos. De um ovo, nasceram os filhos de Zeus, que eram Pólux e Helena, imortais. Do outro ovo, nasceram os filhos de Tíndaro, que foram Castor e Clitemnestra.
Helena e Clitemnestra
Aqui, Helena é a Helena de Troia, aquela por por quem começa toda a confusão de uma guerra que dura mais de 10 anos. Já Clitemnestra é a esposa de Agamemnon, que também tem uma grande importância na narrativa da guerra de Troia e que depois vai ter uma grande importância em todo o conflito que acaba existindo entre ela e o marido e que vai levar a um grande julgamento de Orestes.
Então, essas são duas personagens incríveis e super importantes. Mas, para a narrativa da constelação de Gêmeos, quem a gente vai dar maior ênfase são os gêmeos conhecidos como dióscuros (que significa “filhos de Júpiter”), Castor e Pólux.
Castor e Pólux
Castor e Pólux eram grandes guerreiros. Inclusive, Castor foi considerado um soldado muito determinado e Pólux era visto como o grande maioral no pugilato, que era uma espécie de boxe ou pugilismo, porque era uma luta apenas com socos que era feita com luvas. Só que, ao contrário do que a gente tem hoje, que são luvas acolchoadas, as luvas tinham ferros e coisas para realmente machucar. E, muitas vezes, quem perdia a luta poderia ir até a morte. Então, esse era um dos esportes que existia e que o Pólux era considerado o melhor.
Além disso, como grandes guerreiros, Castor e Pólux participaram de muitas aventuras nas narrativas mitológicas. E uma dessas narrativas foi aquela dos argonautas, que é a expedição que Jasão leva pra Cólquida atrás do velo de ouro, como vimos na história sobre o mito de Áries.
A grande aventura dos gêmeos
Castor e Pólux participaram dessa grande jornada, na qual tiveram muitas aventuras até eles realmente chegarem onde estava o velo de ouro. Assim, numa dessas aventuras, eles chegam em um lugar onde tinha um rei, e esse rei ele era um grande gigante e cruel. Quando eles chegam lá, esse Rei desafia eles a um duelo. E quem perdesse pagaria com a vida.
Nesse momento, então, Pólux aceita aquele desafio. E, lá naquela luta, apesar de ele ser muito menor, muito mais fraco porque o oponente era um gigante, ele ganha a luta. E, com a vitória, ele não não faz com que o gigante morra, ele não pede que o gigante pague com a vida. Mas ele faz o gigante prometer que ele vai ser mais respeitoso e acolhedor com os estrangeiros
Isso é muito interessante. Porque Gêmeos é um signo regido, influenciado, por Mercúrio. E, na mitologia grega, Mercúrio é Hermes, uma simbologia de cuidado com os estrangeiros, comerciantes e viajantes.
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Os irmãos de Tíndaro e um casamento
Bom, mas e aí, como que Castor e Pólux, esses gêmeos, ascenderam aos céus? Quem conhece um pouco mais de mitologia sabe que existem muitas versões de uma mesma narrativa. E o que que é importante aqui é que o Tíndaro, pai do Castor, tinha dois irmãos. Um irmão teve dois filhos, que eram o Idas e Linceu. E o outro irmão teve duas filhas, a Febe e Hilera.
No meio dessa história, houve um casamento arranjado desses primos. E, antes das núpcias, antes realmente do casamento acontecer, Castor e Pólux roubaram as noivas em uma, digamos, “traquinagem”. E aí existem muitas versões sobre o que se sucedeu após esse roubo das noivas, mas o que vai importar aqui pra gente é que, em algum momento, esses primos entraram em conflito.
Então, nesse conflito Idas mata Castor e Pólux, ainda que ferido, consegue a socos de pugilato matar o Linceu. Assim, quando Zeus percebe que tudo isso está acontecendo, ele vai lá e fulmina o Idas e salva o seu filho Pólux. Nesse momento é que Pólux ascende aos céus como uma constelação, mas também é o momento em que ele diz ao pai: “eu não quero ser eternizado/imortalizado enquanto o meu irmão Castor está lá no Hades, que era o inferno onde ficavam as almas.
Entre o Hades e os céus ou a dualidade
E então, para acolher esse sentimento/desejo do filho, Zeus permite que eles, os gêmeos Castor e Pólux, alternassem para que cada dia um deles fosse para o Hades enquanto o outro ascendia aos céus. E, assim, eles continuaram sua parceria, alternando e estando nos céus como a constelação de Gêmeos.
O que de mais forte essa narrativa traz é a dualidade, algo tão importante para o signo de gêmeos. A história já começa com dois ovos que são colocados; cada ovo tem um casal, formado por um homem e uma mulher; um desses ovos traz os filhos que são Imortais, que são filhos de um deus, e o outro traz os filhos mortais, filhos de um homem. Então, a todo tempo, a gente tem essa dualidade.
As viagens e o estrangeiro
Ao mesmo tempo, naquela narrativa dos Argonautas, quando Pólux vai ao combate por meio do pugilato com um gigante, o que ele exige desse gigante é um acolhimento em relação aos estrangeiros. E o signo de Gêmeos também é associado às viagens, às trocas. E tem como regente o planeta Mercúrio, que é associado ao deus Hermes na mitologia grega, que é esse deus das encruzilhadas, o deus dos viajantes.
Inclusive, Hermes vem das hermas, aquelas pilhas de pedras que são feitas pelos viajantes para indicar a passagem deles por algum local e que o lugar é seguro. Então, é sobre esse deus que cuida dos viajantes e dos caminhos por onde eles circulam. Quando Pólux consegue render o gigante, isso tem muito a ver com a energia de Gêmeos.
A irmandade
Além disso tudo, o que é mais óbvio e ainda não falamos é a parceria, a irmandade que existe entre esses irmãos. Tem um pouco de traquinagem também, que é algo dos gêmeos, de pregar peças e “perder o amigo, mas não perder a piada”. E essa certa traquinagem também é associado a essa energia jovem de Gêmeos. Esse signo ainda é muito associado ao trickster, a figura que “quebra regras” e dá lugar a um truque.
Na historinha de Gêmeos, no momento em que eles iriam se separar por meio da morte, já que um deles era mortal, eles conseguem receber a bênção de sempre se alternarem. Assim, enquanto um está no céu, o outro tá no Hades. Enquanto o outro está no Hades, o um está no céu, e por assim vai essa dualidade.
E todos nós carregamos essa energia de Gêmeos em nosso mapa de nascimento, influenciando alguma área da nossa vida — com mais ou menos impacto. Encomende agora mesmo o seu Mapa Astral Digitalizado e se conecte com essas e outras vibrações poderosas.