Na astrologia, o eixo luz e sombra conhecido como bússola do amor é formado pela dupla Leão e Aquário. Quando falamos de luz e sombra, estamos falando de signos opostos complementares, da possibilidade de potencializar as qualidades intrínsecas de cada uma dessas energias.
Ao iluminar o signo que está na sombra, o qual tem suas características ofuscadas, é possível complementar o seu oposto, já iluminado pela luz do sol, e, dessa forma, experienciar a fluidez dessa união. Se temos luz em um signo, consequentemente, teremos sombra no signo oposto. O interessante então é desenvolver as características que estão na sombra, com a intenção de gerar um ponto de equilíbrio.
Entenda mais sobre o conceito luz e sombra:
Leão
Regido pelo sol e governado pelo coração, seu elemento é fogo, sua natureza fixa e é representado pela casa 5 na Mandala Astrológica. Leão traz consigo a energia da coragem, vitalidade, liderança, vaidade, generosidade, do orgulho e, acima de tudo, da alegria e do contentamento. É a essência através da qual outros níveis de consciência podem interagir.
Mitologia
Na cidade de Nemeia havia um temido leão que aterrorizava a todos que lá viviam. Caçadores e guerreiros tentavam matar a fera, mas sempre sem sucesso. Foi assim que se deu o primeiro trabalho de Hércules, que foi incumbido de matá-lo. Após muitas tentativas, ele encurralou o animal em uma caverna e aplicou-lhe uma pancada tão forte na cabeça, que o fez desmaiar. Com o bicho desmaiado, Hércules o sufocou até a morte. Em seguida fez da cabeça do leão um capacete e vestiu sua pele.
O sufocamento pode ser representado por nós mesmos tentando conter nosso ego, esse monstro quase indomável que devora o nosso ser. Vestindo sua pele, nós, assim como o leão, nos tornamos virtuosos. Ao dominar o ego, tomamos as rédeas do nosso caminho e por ele seguimos com sabedoria, força, criatividade e repletos de amor.
Empoderamento do eu
O sol, como estrela central do sistema solar, protagoniza a energia da vida e é através dela que os outros planetas do Mapa Natal irão se organizar e estruturar. Tal qual o coração, que maestra a orquestra que é nosso corpo, Leão traz consigo esse poder de comando e generosidade da doação do seu ser. Como um ator que se entrega ao personagem, o leonino se doa aos processos.
Para um leonino, honrar sua individualidade é determinante para iluminar sua essência de autoexpressão, autoconfiança e sua energia de realização, pontos também abordados na casa 5. A energia leonina se apresenta naquele momento em que tomamos consciência da nossa individualidade e vontade genuína e singular. Pois é quando entendemos a beleza de ser quem somos e como podemos, como seres únicos e incomparáveis, colaborar com o mundo em que vivemos, que nos tornamos capazes de amar a nós mesmos e a própria vida.
Saiba mais sobre o signo de Leão:
Aquário
O que seria do maestro se não fosse a orquestra? E o que seria do coração sem todo um sistema inteligente e eficaz para distribuir esse amor para o resto do corpo? Aquário traz essa energia de união, coletividade e solidariedade, além da energia de renovação, inovação, excentricidade, rebeldia, intolerância e imprevisibilidade.
Regido por Urano e Saturno, seu elemento é ar, sua natureza fixa e é representado pela casa 11 na Mandala Astrológica.
Mitologia
Ganimedes era um jovem humano que pastoreava os rebanhos do pai e que, com sua extraordinária beleza, encantou Júpiter, que, por sua vez, se transformou numa águia e o convidou a subir no seu dorso. Animado com a ideia de se aventurar, Ganimedes subiu e assim foi raptado por Júpiter e levado ao Olimpo, onde passou a servir o néctar aos deuses. Daí um dos símbolos do signo de Aquário ser o aguadeiro, aquele que rega o mundo com o seu saber.
A união faz o todo
Outro símbolo de Aquário são as duas ondas paralelas: a onda da individualidade em sincronicidade com a onda da coletividade. O que nos traz a ideia de andarmos juntos, cada um do seu jeito, com suas diferenças, mas ao mesmo tempo criando uma comunidade cooperativa e entendendo que não é possível decidir tudo sozinho.
Aquário está diretamente ligado ao trabalho em equipe, onde, mantendo a nossa singularidade, existe a importância de respeitarmos o movimento do coletivo. Há a necessidade de descer do palco solo para entrar na cena coletiva. Ceder de um lado e manter a força do outro.
Os signos de ar falam das relações com quem está ao nosso redor, reforçados pela casa 11, que também se associa à nossa relação com o coletivo e a toda a rede de contato que construímos ao longo da vida. As relações que melhor representam esse signo são as de amizades, baseadas na liberdade e no respeito, onde nos sentimos acolhidos e aceitos por sermos quem somos. E onde o respeito às diferenças prevalece em prol da harmonia da relação.
Na contramão do fluxo
Na astrologia antiga, Aquário era regido apenas por Saturno, em função da relação que esse planeta tem com a noção de responsabilidade e liberdade. Com a descoberta de Urano, esse planeta excêntrico – o único que gira deitado, rompendo com o senso comum, foi reconhecido na astrologia moderna e o signo de Aquário passou a ter dupla regência. Assim como seu regente, esse signo vai na contramão do fluxo da maioria, permitindo-se seguir livre nessa mesma corrente. Ele preza todo tipo de liberdade, é o voo para tudo o que somos capazes de pensar, ser e sentir. Somos livres para criar novos modelos de vida e estarmos em constante atualização do ser. Inventar revoluções e nos libertar de dominações. O que muito tem a ver com a energia da Era de Aquário, em que assuntos extremamente relevantes estão cada vez mais sendo debatidos, como patriarcado, racismo, a importância de sermos vulneráveis, corpos livres e outras pautas tão importantes para o indivíduo como parte do coletivo.
Saiba mais sobre o signo de Aquário:
Polaridades – o que tem em um que falta no outro
Leão, com todo o magnetismo que lhe é peculiar, precisa, em muitos momentos, descer do seu pedestal de comando e se juntar aos demais, se abrindo ao coletivo para atingir objetivos comunitários.
Aquário, por sua vez, tem voz ativa ao gritar em grupo por uma causa maior, mas também precisa reconhecer sua força individual e singular no mundo. Ao acender sua luz pessoal, assume sua força e entende seu papel de iluminar a coletividade.