Em um passado não muito distante, as funções paternas e maternas eram marcadamente divididas por gênero, sendo os homens, os pais, responsáveis pelo lado paterno e as mulheres, as mães, pelo materno. O pai era aquele que provia e impunha limites, já a mãe, cuidava, alimentava e fornecia o afeto. Hoje, paternidade e maternidade não dizem respeito a ser homem ou mulher. Quantas mães não criam seus filhos sozinhas, desempenhando os dois papéis? E o mesmo vale para os homens.
Todos nós temos valores femininos (yin) e masculinos (yang), que são fundamentalmente opostos e se complementam, funcionando como uma parceria. A função paterna estabelece as regras do jogo, impõe limites e desenvolve nossa autonomia. A materna fornece o acolhimento e o afeto, é a força que nos dá a segurança de que somos amados. Hoje, a família é responsável por esses dois papéis – a mãe pode impor sua autoridade, o pai pode cuidar e vice-versa.
Na astrologia, a função materna é representada pela Lua, astro que nos fala da dinâmica afetiva e familiar. É a chama que aquece a casa de amor, afeto e cuidados. Seu papel é prover e ensinar o cuidado nas relações, o acolhimento que é tão necessário para que a criança cresça emocionalmente segura. O território lunar nos traz autoestima, sensibilidade, a capacidade de tocar a vida de alguém e também como nos deixamos ser tocados.
Relacionada com a Lua, temos a quarta casa astrológica. É ela que nos mostra, de acordo com o signo que a preenche e os planetas ali presentes, a memória que carregamos da nossa formação afetiva e familiar. Representa nossas raízes, o que herdamos de nossos ancestrais, nosso passado. É nela que temos a ideia de lar e aconchego.
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A figura paterna é representada pelo Sol, que simboliza a individualidade e a consciência. Aqui, o indivíduo aprende a lidar com a autoridade – a dos outros e também a sua – assumindo o comando da própria vida, se autoafirmando. Temos ainda Saturno, que também ilustra um pai, aquele que impõe limites à potência do Sol, que nos mostra que nem tudo acontece como queremos.
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Na décima casa astrológica temos uma função paterna reconhecida, que mostra o quanto é necessário preparar o indivíduo para viver por conta própria, criar asas, cumprindo sua missão. O signo do Meio do Céu, associado à Casa 10, nos fala dos caminhos traçados, representa o que os pais devem fazer para que a criança se sinta segura do seu lugar no mundo.
Compreender a visão da astrologia sobre o conceito de maternidade e paternidade nos ajuda a entender que essas duas potências estão em todos nós. Dessa forma, podemos também lidar melhor com nossas questões familiares e nosso passado, além de exercer de forma mais plena os papéis de pai e mãe, independente do que é estabelecido pelo senso comum.